Paraty - 10 anos depois


E, finalmente, voltei à Paraty. Cumpri parte da minha promessa feita a mim mesmo em janeiro de 2015, que um dia eu retornaria. Como a Ju não conhecia, ela sugeriu de passarmos nossas férias lá. E foi, mais uma vez, uma experiência maravilhosa.

Dessa vez teve banho no arroio, com direito a escorregar de bunda na Cachoeira do Tobogã, coisa que em 2015 eu não fiz, pois quando estive visitando o local havia muita, muita gente e eu não tinha onde deixar minha mochila com celular, câmera fotográfica, carteira e etc. A água estava fria, mas foi divertido. Junto ao banho no arroio teve visita às cachaçarias da região, sendo a Paratiana e a Pedra Branca. Confesso que as visitas não tiveram muito sentido para mim, que não bebo cachaça, não aguento nem o cheiro delas, mas para quem gosta, é legal.

Foto tirada após o passeios nas cachaçarias e arroios. No centro da foto está o jipe que usamos. Eu, a Ju e um casal que conhecemos no passeio estávamos sobre o automóvel, duas outras mulheres estava ao lado do carro.

E teve novamente passeio de escuna junto a mergulhos e nados em alto mar. Como eu amo essas duas sensações, a de navegar e a de ficar nadando/boiando em um local profundo. Me sinto livre e tudo fica leve. A Ju também adorou e teve até coragem de pular na água, mesmo que usando colete salva-vidas. Achei bem legal ela ter feito isso, confiando em mim e aproveitado o que o passeio tinha a oferecer. Pena que o tempo não colaborou tanto; estava quente, mas não tão quente, e o Sol parecia envergonhado, horas aparecia, horas sumia. Mesmo assim, foi muito bom. Na última parada, icei a âncora da escuna.

Na foto, estou eu, sem camiseta e sorrindo, na proa da da escuna que nos levou no passeio.

E como foi tão bom, no dia seguinte teve outro passeio de barco. Dessa vez, com um pequeno barco de um local que presta serviço para o hostel no qual estávamos. Nesse dia fomos para as praias e ilhas do norte de Paraty, como a Ilha do Malvão, a Ilha Comprida e a Ilha do Araújo, sendo nesta última onde paramos para almoçar, num restaurante local, pé na areia e comida simples mas muito gostosa. Enquanto que no dia anterior o Sol aparecia e sumia, nesse dia ele resolveu não aparecer, mesmo assim não negamos outros banhos de mar. A Ju ainda mais confiante, dessa vez chegou a pular do segundo andar da embarcação. Outro dia divertido.

Mas o momento mais esperado por mim foi quando visitamos a Marina do Engenho. Dessa vez não cheguei lá remando 2,5 km em um pequeno caiaque, saindo da Praia do Pontal até a marina como fiz em 2015, mas sim pegando uma van e indo pela BR. Eu tinha dois objetivos lá: 1) encontrar o Amyr Klink; 2) encontrar o Paratii-2 para mostrar para a Ju. Não consegui nenhum dos dois, pois o Amyr nem no Brasil estava e o Paratii-2 foi vendido! Não sabia que ele tinha se desfeito do barco. Procurei notícias e nada, mas cavucando nos cafundós da internet, finalmente achei. Sim, o Paratii-2 foi vendido, não se encontra mais no Brasil e nem se chama mais Paratii-2, agora é Forel. No início fiquei triste, mas ao saber que agora é um barco usado para pesquisas marítimas, mais precisamente para pesquisas sobre as costas polares e subpolares, fiquei feliz. Ele está cumprindo a sua função, navegando. Um destino perfeito para aquele barco incrível. Mais detalhes na página oficial da associação (que vale a visita, muito bonita e com muitas informações interessantes).

Em compensação tive duas gratas surpresas. Encontrei, logo de cara, no início do píer, o Sardinha, o primeiro veleiro da Tamara Klink. A segunda surpresa foi ver o Paratii por lá. Sim! O clássico Paratii! Lindo! Agora posso dizer que tenho fotos com quase todos os barcos da família Klink, afinal, também encontrei o IAT no centro da cidade, exposto na antiga casa da família Klink. Só ficou faltando o Sardinha 2, que se não me engano, está atracado na Groenlândia neste exato momento no qual escrevo.

Na imagem podemos ver três fotos. Na esquerda temos o Sardinha, na direita superior temos o Paratii e na direita inferior podemos ver IAT.

Teve visita ao forte da cidade, que na verdade não é um forte, mas uma simples bateria de canhões. Dessa vez o museu estava aberto e eu pude visitar. Teve almoços e jantares excelentes, como os que comemos no Café Margarida e no Quintal Verde. Teve visita a museus, lojas e algumas compras, como a do livro Paraty & Ilha Grande - Cultura e Biodiversidade.

Antes de voltarmos para casa, ainda passamos um dia e meio na cidade do Rio de Janeiro. Aproveitamos para conhecer o Centro Cultural Banco do Brasil. Que prédio lindo! Muitíssimo bem conservado e com exposições muito boas, sendo a principal “Do Sal ao Digital”, que conta a história do dinheiro. Imaginem uma exposição impecável? Então, achamos. Parabéns ao BB pela manutenção do prédio e aos curadores do museu pelo belíssimo trabalho.

Na última manhã, um banho na Praia do Arpoador, para voltar de alma lavada.

Obrigado, Paraty! Obrigado, Rio de Janeiro! Vocês são lindos demais.

PS: E Amyr, ano que vem eu volto à Paraty e, dessa vez, irei te encontrar. Iremos conversar e eu vou te infernizar até conseguir navegar contigo para algum lugar a bordo do Paratii, de preferência até a Antartica.


L’océan et l’éther se font face •
Communiquant silencieusement •
Sans que nous les pieds sur terre •
Ne les comprenions vraiment •

Alcest - Vox Sereines